segunda-feira, 22 de junho de 2015

"PUTI DI MEL KEBRA?"...

Atenção que o PAIGC não é um partido qualquer. Desejamos que tenha longa vida, faça catarse interna  e expulse larápios e infiltrados no seu seio. Já havíamos feito uma analogia aqui no Doka Internacional comparando a "situação política" com o caso da viúva cujo marido era um grande homem, líder reconhecido em todo o mundo, mas que inesperadamente falecera. Muito embora o amor seja livre, não pressupõe (implica) idade, cor da pele, condição social ou raça, de certeza a viúva não aceitaria voltar a ser esposada por "miúdos", "ignorantes ou preguiçosos". Portanto, não deixa de ser imprópria a comparação da liderança de Amílcar Cabral com as mediocridades pós-coloniais, nesse mesmo partido. Este pedido de demissão do Secretário-geral do PAIGC, Abel da Silva, é sinal claro de que o futuro está muito nebuloso para o seu actual líder. 

O Presidente do PAIGC que é o actual Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, resolveu transformar o Secretário-geral dos libertadores, Abel da Silva, em bode expiatório da sua própria incapacidade de liderança, e de pacificação interna do seu partido, ao declarar, ontem, falta de confiança no responsável, forçando o seu pedido de demissão. Postura típica de déspotas.

Em qualquer partido político do mundo, o lugar de Secretário-geral resulta de nomeação em congresso. Por isso qualquer "substituição" fora dessa reunião máxima, resulta ilegal e anti-estatutária. Se Abel da Silva é livre de se demitir daquele cargo, o mesmo não acontece com a sua substituição. Mas, se acontecer é intolerável. Ali Hijazi apenas pode substituir Abel da Silva, em congresso, caso a sua "lista ou ala" vença. O Secretário-geral, Abel da Silva, não terá substituído Augusto Olivais em reunião do Comité Central. Foi em disputa árdua no último Congresso de Cacheu que a sua proposta (lista integrada) ganhou e se transformou em direcção também vitoriosa. Se o actual líder do PAIGC pensa que se descarta assim com toda a facilidade do Abel da Silva, sem que isso aconteça em congresso, ao meu ver, está redondamente enganado. Ele (o actual líder) acabou de assinar a sua própria sentença de destituição do cargo, ao forçar a demissão de Abel da Silva. 

Portanto, aos intervenientes no encontro, gente que se diz de boa vontade, que apelaram o entendimento e a necessidade de se encontrar uma solução que permita Abel da Silva manter-se no cargo, deveriam pôr o dedo na ferida e pedir congresso extraordinário para a realização da catarse política no PAIGC. 

Kanua ka na nkadja

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