quinta-feira, 26 de março de 2015

MAIS DE MIL MILHÕES DE CHANTAGENS?

Actualizado às 16:31

O rótulo da conferência de "Parceiros" em Bruxelas para a Guiné-Bissau é "Terra Ranka". Ranka nundê, na Bruxelas ki ranka? Son kafumban! Tudu, son na bô kabeça! O nome até parece de um foguetão ou veículo espacial que se desloca à alta velocidade em direcção a Marte. O que de facto, não corresponde  à verdade. Acontece que, no meu ponto de vista,  o encontro não foi mais que um exercício mercantilista e de arrematação dos recursos naturais, e não só, do nosso país. 

Ou seja, a Guiné-Bissau acabou de encaixar em Bruxelas pelos seus "Parceiros" mais de mil milhões de "promessas, esperanças e pressões (chantagens)" sobre os seus próprios filhos. Mais , um fardo para as gerações vindouras? 

Divida, já está! E os juros? A correr, sem parar. Mas, hoje, o comboio vai regressar tal como havia partido:  vazio! As "promessas" ficaram no nosso imaginário colectivo. Parece ser a única forma de nos sentirmos aliviados. Onde está a nossa liberdade de escolha? 

E como diz o ponto 13.º da Resolução: "(...) Os fundos dos parceiros podem dar um impulso, mas o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável serão conduzidos sobretudo pelo apoio ao sector privado, particularmente através da criação de emprego, da construção de infra-estruturas e transporte, do acesso à energia, de um ambiente de negócios concorrencial e seguro, e de um acesso facilitado ao crédito". Isto significa que o Estado pode "tirar o cavalinho da chuva". E as "promessas" - sobretudo as que foram dadas pelos países europeus - poderão não sair mesmo dos bancos europeus. Como as melhores "ideias ou projectos" habitam ao mundo do que não é inteiro nem exprimível, esses "fundos" reverterão para as contas das suas empresas na Europa, sobretudo dos tugas, de onde nunca tinham saído antes.  E acções no terreno? Por cá, na nossa terra, vai ser só simulacros de construções. Haverá, sem dúvida, alguma empregabilidade em termos de mão-de-obra, mas realizações de fundo, com vigor histórico almejado pelo povo, esses só podem vir da nossa sub-região, dos EUA e do oriente. 

"Mais de mil milhões de promessas, esperanças e pressões (chantagem)", transformaram-se em mais uma oportunidade para que os ditos "Parceiros"  da Guiné-Bissau blasfemem às nossas forças de segurança e de defesa, chegando a ofender mesmo toda a nação guineense, ao insinuar, no parágrafo 15.º da referida resolução, que "A necessidade de consolidar tanto a democracia como o estado de direito exige a instauração de um controle civil efectivo e supervisão das forças de defesa e segurança." Sabemos, pois, que eles (os amigos da onça) não sossegarão enquanto não conseguirem "aniquilar e humilhar" às nossas forças de segurança e da defesa.

Nhu Pó tene kasa/karru nobu,
Ma vencimentu ka da pa kasa/karru nobu ô! 
Si nô diskuda Nhu Pó na bindi terra ô

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