sábado, 17 de janeiro de 2015


De:
Umaro Djau




O Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, tem insistentemente pedido aos cidadãos guineenses para se expressarem livremente sobre os assuntos de governação, nomeadamente denunciar os eventuais actos de corrupção do Estado, e em particular, dos governantes.

Bem, como devem saber, o ministro dos Recursos Naturais, Daniel Gomes, na sequência de uma audição na Comissão Especializada para as áreas de Agricultura, Recursos Naturais e Ambiente, fez exactamente o que teria pedido o Presidente da República. Daniel Gomes falou do caso dos 13 milhões de dólares que Angola teria disponibilizado para iniciar a exploração de bauxite no leste do país, pedindo o devido esclarecimento sobre o paradeiro do chamado “bónus de assinatura”.

Para a nossa surpresa, a Presidência da República, através de um comunicado, responde dizendo o seguinte: As declarações de Daniel Gomes podem pôr em causa a boa imagem do Estado, valores de boa governação, bem como a transparência na gestão da coisa pública.

Então não teria pedido o PR a participação de todos na denúncia dos casos duvidosos? Aliás, Jomav tem falado ultimamente (e muito bem falado) sobre a exploração da madeira, das areias da Varela, entre outros casos menos esclarecidos. Agora, não vejo a razão porque o fosfato e a bauxite devem estar fora da equação!!! E porque são todos eles grandes assuntos de interesse nacional, as áreas de discussões não podem e nem devem ser selectivas. 

Na minha modesta opinião, toda e qualquer discussão sobre os assuntos da riqueza nacional tem que ser imbuída de um espírito aberto, franco, honesto, cordial e patriótico. E ninguém deve estar acima da lei, seja ele um Presidente da República, um Primeiro-Ministro, um governante, um empresário, um investidor, um parceiro económico, ou um simples cidadão.

E só peço ao PR José Mário Vaz que continue a ser o propulsor deste debate crítico, mas fundamentalmente construtivo em prol da transparência e do desenvolvimento. Agir doutra forma seria pura e simplesmente lamentável e iria contra "a transparência na gestão da coisa pública”, um lema que aliás tem constituído o mantra dos discursos do Chefe de Estado guineense.


Abraços,

Umaro Djau
16 de Janeiro de 2015

Fonte: Umaro Djau II / Facebook

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