quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O triângulo das bermudas à Guiné-Bissau…

Nas coisas de fintar tudo e todos, o sujeito que se dá pelo nome de Matchú, vulgo DSP e que nasceu em Farim, mas que foi criado em Cacheu pela tia Bebiana e pelo tio Domingos Mendonça, saiu-nos cá uma prenda envenenada… e dos diabos.

Afastou os seus oponentes do Congresso de Cacheu, diabolizou o Bá Quecutó e quase humilhou Mário Cabral e Aristides Ocante, para além de todo o resto do pessoal que não optou pela bajulação (“barri padja”)
como forma de demonstração de sua submissão e lealdade cegas em relação ao “Salvador do Povo “.

Para que pudesse ter a seu bel-prazer todo o caminho livre para o exercício ditatorial da governação (está-lhe no sangue e nos propósitos), inicialmente, queria o banana do Marucas como Presidente da República, mas o tiro certeiro de JOMAV saiu-lhe pela culatra, com o famoso envelope de 200.000 francos CFA com que comprou votos e consciências.

Matchú, vulgo DSP, não consegue ter por perto ninguém tão capaz ou mais que ele. Gar deste. Até hoje, por exemplo, não conseguiu ainda ter um Director de Gabinete, preferindo continuar a colaborar com uma equipa portuguesa que a partir de Lisboa vem assegurando a gestão do expediente. Tentou inicialmente assassinar politicamente o Octávio Lopes (antigo membro do Bureau político do PAIGC) e, com a nomeação deste como Ministro-Director do Gabinete da Presidência da República,
saiu-lhe novamente o tiro pela culatra.

O mesmo aconteceu-lhe com Therno Djaló a quem atirou para as prateleiras poeirentas da sede do PAIGC, logo depois de se ter tornado militante deste Partido, mas que teve que ser socorrido por JOMAVE, que o nomeou seu Conselheiro Especial. Pela via da integração da oposição chamada democrática no Governo, DSP anulou completamente as possibilidades do contraditório e, em troca de silêncios pagos à peso de ouro, vem aliciando os oponentes internos e externos ao PAIGC (sobretudo os elementos influentes do PRS), para também provarem das mordomias próprias de um faustoso passeio
diplomático a Nova Iorque, o coração da grande América.
O objectivo do Matchú não é senão cortar o cerce a quaisquer hipóteses de reavivamento do PRS, ainda aturdido com o fim do período da transição, com o falecimento do seu líder histórico (Kumba Yalá), com a derrota eleitoral, com a safada inclusão dos seus militantes mais
activos em postos chaves da governação, para além da limpeza étnica de
que são vitimas os seus militantes na função pública e no sector empresarial público.

Quanto ao JOMAVE, não parece disposto a desistir e nem esconde a sua vontade de ter uma mão forte na governação, não vá ele próprio apanhar
por tabela, lele que já declarou a intenção de fazer dois mandatos, pelo que já se vai preparando com argumentos para usar na devida altura a bomba atómica constitucional, caso a Guiné-Bissau venha mais uma vez a ser adiada, por manifesta incompetência, megalomania e amadorismo do Governo de Matchú, vulgo DSP.

Quanto a CIPRIANO CASSAMÁ, já deu para entender que não está com meias medidas, por exemplo, quando fez questão de chamar Matchú,vulgo Domingos e a sua clique indefetível à razão. Sabe muito bem o potencial que neste momento representa o facto de ser o titular da de um órgão de soberania como a ANP e por isso não prescinde do dever de
obrigar o Matchú a uma maior concertação e a uma maior atenção aos esforços de reorganização do PAIGC, até para que este Partido não seja mais uma vez utilizado e descartado, como aconteceu no passado recente.

Cipriano Cassamá sabe também que ele é o fiel da balança: Se alinhar com o Matchú, as coisas complicam-se para o JOMAVE, mas se optar pelo JOMAVE, será a morte do artista DSP e o fim da paródia do falso “Salvador do Povo”. Por enquanto, Cipriano Cassamá vai intransigentemente privilegiando um salutar relacionamento institucional, é isso que exige dos seus primus inter pares, embora não pareça disposto, pelo menos por agora, a tomar partido nesta
guerra institucional estúpida e nem ceder muito perante o descarado assédio de namoro que o DSP lhe vem insistentemente fazendo, nomeadamente, através do último convite que lhe endereçou para que fizessem juntos um novo e faustoso passeio diplomático a Nova Iorque, a cidade da admirável Manhattan.

Quanto ao MATCHÚ, VULGO DSP, ele sabe que tem a seu desfavor o ónus político da governação, que não é nada fácil, apesar de ser justamente aí onde espera poder, duma assentada, derrotar JOMAVE e CIPRIANO CASSAMÁ. O homem é megalómano, é um calculista frio, é um potencial
ditador e um dissimulado descarado, tanto é que continua a acreditar que a bondade da sua agenda política o guindará a melhores performances e, logo, a maiores patamares de legitimidade que o permitirão remover definitivamente os seus mais directos obstáculos políticos, entre os quais JOMAVE, Cipriano Cassamá, Bá Quecutó e companhia limitada. Está quase obcecado com a vinda de tropas
angolanos para melhor poder pôr os Brassa em ordem, como aliás vem irresponsavelmente dizendo, nomeadamente, em círculos restritos e no seio da “clique de Odessa” do Governo.

Matchú, vulgo DSP anda também obcecado com uma hipotética possibilidade de mobilização de fundos a partir da mesa redonda para que possa dar o salto na implementação de reformas, mas esquece-se de que a obtenção de fundos na Guiné-Bissau ou para a Guiné-Bissau, por si só, não é nenhuma garantia de nada e nem mesmo de uma efectiva promoção do desenvolvimento, tanto é que o seu Governo é maioritariamente constituído por imberbes da políticas e por profissionais falhados que apenas apostam na sorte, mas esquecendo-se que o país não está em condições de tolerar mais nenhuns saltos mais que do que as pernas podem…

Sem ideias próprias e sem direcção nenhuma, DSP e o seu Governo dão a
ideia de estarem completamente perdidos e ziguezagueantes.
Inicialmente, a Educação era o seu sector prioritário. Agora, perante a banha de cobra da biodiversidade, que lhe foi vendida vendida por vendilhões pátrios de meia tigela, já a Educação o é mais. Aliás, deixou de o ser. Afinal, a Educação só era prioritário, por exemplo,
quando servia ao “Salvador do Povo” para se contrapor as iniciativas e investimentos públicos estrangeiros nos domínios da agricultura e das pescas para cuja gestão o JOMAV chamou a si a responsabilidade pessoal de gestão, na qualidade de Presidente da República.
Assim, quer pela ausência de assessores guineenses e nem de um Director do Gabinete nomeado, como também pela quantidade inusitada de portugueses que ultimamente se apresentam em Bissau como assessores do PM guineense, pelo que, , Matchú, vulgo DSP transferiu já, em
desespero de causa, o centro da governação de Bissau para Lisboa, onde estabeleceu discretamente um Gabinete de apoio, não se sabendo ainda, contudo, se às expensas de um suporte financeiro do Governo português ou se, pelo contrário, se à custa erário público guineense.

Mas para lá da gravidade que representa esta transferência de soberania, não há também garantias de que o governo português possa ser um bom advogado da Guiné-Bissau e nem que os seus interesses, por si sós, garantam uma mesa redonda bem-sucedida. Tanto é que é sobejamente conhecida a incompetência de certos sectores do Governo de Passos Coelho (o padrinho de Matchú, vulgo DSP nessas diatribes).
Aliás, o FMI acabou agora mesmo de apontar as “fracas competências” dos gestores português com a causa principal que explica a dificuldade deste país em aumentar a produtividade em Portugal.

Todavia, JOMAVE e CIPIANO CASSAMÁ estão já ao corrente destas pelintrices do Matchú, vulgo DSP, mas preferem por enquanto continuar a contar espingardas, fingindo por ora estarem a assobiar para o lado.

O futuro próximo da Guiné-Bissau, disso não há margens para dúvidas, depende do desfecho da triangulação surda entre as três eminências pardas que constituem, na realidade, o Calcanhares de Aquiles do nosso
futuro:  Matchú, vulgo DSP, o pelintra, o JOMAV, o “cabeça rissú” e o
CIPRIANO CASSAMÁ, o irascível.

Não há dúvida de que, neste triangulo da Bermudas à guineense, o elo mais fraco é o próprio Matchú, vulgo DSP que se comporta ingenuamente que nem um  “Salvador do Povo” que insiste na política de terra queimada, mesmo para com o Presidente da República, e na divisão e na exclusão dos “inimigos” como método de governação, fingindo esquecer que as legitimidades, quer no PAIGC, que na Guiné-Bissau, tem de ser todos os dias sufragada, sobretudo uma tosca legitimidade como a que o Domingos, vulgo Matchú arrancou em Cacheu à custa da diabolização de candidaturas e de candidatos que aguardam a melhor ocasião para mostrarem ao DSP que “faca di atornu  ka ta môkú”, ou seja, a vingança deve serve-se fria.

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