sexta-feira, 29 de agosto de 2014

"SETEMBRO VITORIOSO"...

Ironia ou embuste? O sinónimo de "vitorioso" é "bem sucedido" "triunfador", "triunfante", "vencedor", "glorioso", "invicto", etc. Pois, é caso para perguntar se os militantes do PAIGC se olham ao espelho? Tanta intrujice para quê? 

Ah, é preciso separar o trigo do joio. Sempre houve duas correntes no PAIGC: a dos que enfrentaram o inimigo na frente fogo e a dos chamados "bunda-frescos" (ociosos, cobardes e intriguistas). Sem citar as alas que recentemente se cristalizaram. Ora, se na luta de libertação prevaleciam "homens virtuosos e valentes", já na independência, esses conceitos desvirtuaram-se. 

O protagonismo passou para as mãos dos intriguistas e oportunistas. Pois, ainda no tempo da luta - recorda-se – os pervertidos apontavam dedo aos seus "camaradas" que acusavam de feitiço. Comportamento que podia por em causa a própria luta se não fosse a intervenção oportuna de Cabral no célebre Congresso de Cassacá. 

Com a morte do líder, tudo se afrouxou. Com a independência, o "virus" ressurgiu, reproduziu e alastrou-se, assustadoramente, corroendo o país inteiro com a atoarda do "tribalismo". Virou moda: tudo que se mexe contra o PAIGC é tribalismo, etnias, etc.. Como dizia, logo no princípio, os oportunistas e lacaios infiltrados no partido de Cabral encarregaram-se de deitar o seu legado no capim. Começou a balbúrdia, "cada um por si e Deus por todos"! E apenas o repescavam Cabral para intrujar ao mundo.

Passados 40 anos da (des)governação do país, o PAIGC confundindo o partido com o Governo, decide comemorar "Setembro Vitorioso". Por que feito patriótico, assassinatos? 

Dizem eles: "o partido no governo na Guiné-Bissau" vai comemorar o 41º ano da transladação dos restos mortais de Amílcar Cabral, morto em Conacri para Bissau, 90º aniversário de nascimento do histórico dirigente guineense (12 de setembro), 40 anos da fundação da Juventude Amílcar Cabral (JAAC, organização juvenil do partido) e 58º aniversário da criação do próprio partido (19 de Setembro). 

Então, pergunto: quantos 40.º anos serão necessários para investigar, clarificar, comemorar, transladar as mortes e os restos mortais de Nino Vieira, Tagme Na Waié, Helder Proença, Baciro Dabó, entre outro? O PAIGC, de hoje, é como o "homem" que vai à floresta buscar uma "medula" que cresce no centro das árvores e, ao invés disso, volta vaidoso e orgulhoso com um fardo de galhos e folhas. Recebeu o país das mãos dos tugas e destruiu-o, assassinou os seus próprios irmãos, e ainda trilha sobre os seus túmulos e a exaltar "Setembro Vitorioso".

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