segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A UTOPIA DE JOSÉ MÁRIO VAZ


Isto é um “déjà vu”! O falecido Presidente da República Malam Bacai Sanha, intentou em vão remar contra a maré, visto que o raciocínio que havia engendrado para as Forças Armadas era tribalista e disparatado. 

Segundo noticiou a Lusa, O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, informou as chefias militares da necessidade de “equilíbrio étnico” na composição do batalhão integrado por volta de  600 homens no palácio da Presidência.

Ora, podemos afirmar que a visão de José Mário Vaz assenta num ponto de partida tribalista e xenófoba. A motivação é parecida àquela que incitou ao genocídio étnico em 17 de Outubro de 1986. Como pode haver um critério único- apenas étnico -  para se integrar ao batalhão de Guarda Presidência? 

Não é relevante a competência, carreira ou profissionalismo dos agentes a incorporar? 
Então, pergunta-se, caso de não haja indivíduos das outras etnias nas Forças Armadas, o exercito irá recruta-los agora? Este pensamento é, de todo, irracional,  despropositado, matemática e sociologicamente. É só embirração de José M. Vaz ou será uma fórmula que encontrou para justificar a sua resignação do cargo para que foi eleito? A ideia de reestruturação das Forças Armadas aos tempos modernos é unânime e se encaixa num processo, a longo prazo. Não é uma medida que se toma de dia para a noite. As estruturas das nossas Forças Armadas ainda são da luta armada de libertação, reconheça-se, porque estamos em África e não na Europa. Mas, o “fenómeno social” ou “etnicidade” que ocorre nas nossas estruturas militares não é exclusivamente guineense. Pergunto: que etnias são dominantes nas forças armadas do Senegal, Gambia ou Guiné-Conacri? 

Em Angola, será que os “sulanos” chegam a encher um balaio nas forças armadas daquele país? O que, no fundo,  opõe o Governo e a Renamo em Moçambique, não será por causa do predomínio dos  Tsongas (changana) na FRELIMO e nas forças armadas?  Como pode o tal “fenómeno social” ou “etnicidade” repugnar tanto os guineenses, só hoje, depois da independência?

Que ninguém diga que eu Doka estou louco, porque louco é tentar fazer a loucura parecer o correcto.
Ahhh, ia me esquecendo, hoje sonhei com Domingos S Pereira, mas só que ainda não consegui interpretár o sonho.

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