quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

“74 SÍRIOS”: JANELA DE OPORTUNIDADES PARA “AS NECESSIDADES”…

Muita tinta vai correr ainda no caso dos “74 sírios”, com passaportes turcos falsos. O “Palácio das Necessidades” procurou politiza-lo desde o primeiro momento. Desde o contragolpe de 12 de Abril de 2012, que Portugal retirou a sua anuência às autoridades de transição da Guiné-Bissau. Por isso estranha que qualquer incidente que aconteça com os cidadãos desses países é multiplicado por mil. 

Verifica-se até que o “Ministério das Necessidades”, conseguiu, pela primeira vez na história, confundir as posições ideológicas com as que dizem respeito ao reconhecimento da soberania do Estado guineense. Fato que conduziu a redução para o nível mais baixo possível da amperagem do circuito diplomático entre os dois Estados. Portugal, Angola e Cabo Verde, amuaram-se pelo fato de ter sido derrubado do poder o fantoche manipulado por eles.  

O caso “74 sírios” tem sido, pois, uma janela de oportunidades para que o Ministro Rui Machete possa manter comunicação quase inexistente com o nosso país. Não é por acaso que o político domina o técnico neste e noutros casos relacionados com o meu país, sobretudo nesta fase pré-eleitoral. Como se pode constatar o troco que a Guiné recebeu de Portugal não é o mesmo do de Angola a quando das “desculpas diplomáticas” de Rui Machete ao estado angolano pelas investigações judiciais que atingiram altas figuras deste regime. 

Pois, as realidades económicas são distintas: se num jorra ouro negro, no outro caju! O petróleo consegue abafar à liberdade de expressão e esplandecer o culto à personalidade. Na economia do caju, não, tem que se admitir todas as pressões do mundo. Aceitar mercenários mascarrados de pedreiros; raptos de oficiais nas nossas águas territoriais guineenses; assaltos ao quartel de Para-comandos; espionados por cabo-verdianos; agressões aos estrangeiros e ataque à Embaixada da Nigéria, etc. Tudo com o objetivo de que os seus fantoches eram melhores.    

Abortados os seus intentos, agora resta-lhes uma janela de oportunidades: o caso dos “74 sírios”. O Ministro do “Palácio das Necessidades”, Rui Machete, insiste na tese de que o sucedido roça ato terrorista ou verberando de que “(…) é absolutamente inaceitável".  É evidente a estratégia do Governo Português está para lá das intenções de que "Portugal aguarda ainda que as autoridades guineenses retirem todas as necessárias ilações e consequências do ocorrido, incluindo, conforme anunciado, a responsabilização dos intervenientes no processo. Também ainda não foi cabalmente garantido que situações similares não se poderão repetir no futuro, questão essencial no nosso processo de reavaliação sobre a existência de condições de segurança no aeroporto de Bissau para a retoma da rota".

Senão, toda a verborreia do Ministro teria tido consequências imediatas. Fala, fala, mas ainda não se dignou responder por que razão que o SEF não recusou a entrada dos sírios ou promovesse o seu retorno, como manda a lei?


Abraço do Doka Internacional 

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