domingo, 22 de setembro de 2013

RDP-ÁFRICA: O DEBATE AFRICANO…

É um programa que alheio à expressão: audiatur et altera pars, que significa: “ouça-se também a outra parte”.  

A sua linha editorial é vincadamente expansionista e nostálgica dos tempos da “outra senhora”. Os cinco comentaristas no debate africado de domingo, gostam, inclusivamente, de enaltecer as suas pertenças “salazarisantes”.

Ora, o debate deste domingo, dia 22 de Setembro, passou dos limites, sobretudo quando entraram no tema sobre a cínica declaração de Pedro Pires sobre os militares guineenses.

O comentarista, cabo-verdiano, David Hopffer Almada - que andava durante toda a semana, de porta em porta, em Lisboa, em prol da ideia de promoção de um clima de fraternidade entre os cidadãos da Guiné e de Cabo Verde - borrou a escrita. 

Estava desorientado e não dizia coisa com coisa. Atava também irritado com a expressão “guarda pretoriana” dos europeus. Notava-se-lhe uma voz enraivecida e confusa, a insinuar que os militares da Guiné-Bissau não libertaram a Guiné e Cabo Verde. 

É isso, se não fosse pela luta dirigida por Cabral, não haveria cabo-verdiano e não sentariam a mesma mesa com os “seus amos”… Hoje, tendo em conta a anarquia e oportunismos políticos de algumas lideranças que negativamente afetam a nossa terra, determinadas “inteligências” procuraram introduzir uma história contada às avessas, para favorecer os antigos colonizadores.

Em Cabo Verde, depois da independência, não havia Forças Armadas. Ou será que isso também já não corresponde a realidade? Ficou para história de Cabo Verde, o dia em que Bitchofula Na Fafe, antigo guerrilheiro do PAIGC, hasteou a bandeira da luta dos combatentes no solo cabo-verdiano, no dia 5 de Julho de 1975. 

Os arquivos históricos revelam esse fato, como se ilustra na foto em baixo. O que aconteceu depois, foram tentativas sucessivas dos cabo-verdianos para alterar o sentido da história daquele país irmão.

Notou-se também no tal debate intriguista, que o  Eduardo Fernandes -  que não se sabe se é carne ou peixe – permaneceu-se em silêncio, o que significa que concordava com as tolices de Hopffer Almada. 

Os comentaristas são livres de opinar o que bem entenderem, mas jamais permitiremos que expressasse mentiras. Ainda em relação ao caso Eduardo Fernandes. Sobre esse senhor, não se estranhar a sua anuência ao discurso do seu colega, porque já pertence a geração em que o patriotismo se definia pelas ideologias políticas dos cidadãos. 

E o dele era por Luís Cabral ou pelo Cadogo Jr. O dito-cujo defende que Cabo Verde tem direito de violar soberanias de outros estados porque na Constituição do país fala sobre o combate ao narcotráfico. 

Pergunto: onde é que Cabo verde já combateu se o país é por excelência dominado pelos narcotraficantes?


Abraços do Doka Internacional

1 comentário:

  1. Dia 24 de setembro de 1973/, foi um momento decisivo para o início da organização do Estado guineense. A independência, no entanto, não resultou em grandes transformações económicas, políticas e sociais profundas. O que significa que, a luta devia continuar contra ignorância, contra o tribalismo, analfabetismo, fome, contra “superstições” etc.; para que sejamos todos “iguais”. E, sem no entanto, ignorar o esforço incalculável do povo pela conquista da independência, visto que o povo não defende “as coisas abstratas…defende coisas concretas, a terra é uma coisa concreta…” (Samora Machel). 40 Anos da independência, chegou o momento para que a G-Bissau, se organiza dentro de si, não para se fechar, mas para se abrir, para alcançar uma presença forte fora de si (Nóvoa).
    Entretanto, acredito que conseguiremos ultrapassar os problemas atuais se formos capazes de dar uma resposta verdadeiramente coletiva aos desafios que temos à nossa frente, o que exige transparência e um conhecimento rigoroso e completo da situação em que nos encontramos.
    A nossa sociedade não pode continuar adormecida perante os desafios que o futuro lhe coloca. É necessário que um sobressalto cívico faça despertar os guineenses para a necessidade de uma sociedade civil forte, dinâmica e, sobretudo, mais autónoma perante os poderes públicos, (Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela) John Kennedy. Como em tudo na vida, para delinearmos o melhor caminho para atingirmos o futuro que ambicionamos, temos de saber de onde partimos. E, numa situação de constrangimento, os sacrifícios têm de basear-se numa forte consciência do social, do interesse coletivo, uma consciência que fomos perdendo na vertigem do económico, político e social; pior ainda, que fomos perdendo para interesses e grupos, sem controlo, que concentram a riqueza e tomam decisões à margem de qualquer princípio ético ou democrático. É uma “realidade inaceitável” (Nóvoa). Obrigado Garcia Bedeta
    Porto

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