terça-feira, 6 de agosto de 2013

O BODE EXPIATÓRIO DA CPLP
Recordo-  me como se fosse hoje! 
Era no tempo do General Batista Tagme Na Waié, na qualidade de CEMGFA. 
Falecera um General, vítima de doença prolongada. 
Era um dos bravos guerrilheiros que combateram também contra os Búfalos em Angola. 
O óbito decorria dentro do quartel d‘Amura. 
Enquanto os praças providenciavam tábuas e pregos para o caixão, 
o General Tagme cochichava, desabafando para um diplomata africano sentado ao lado dele:
O senhor está a ver? 
Se nos vossos países, os militares fossem tratados assim como nesta terra, teriam golpe de Estado todos os dias! 
ESCUTEMOS, ENTAO, PARTE DO DISCURSO DE RAMOS-HORTA NO XVIII REUNIÃO DE CONSELHO DE MINISTROS DA CPLP, 18 DE JULHO PASSADO:
Excelências,
Há muitos que atribuem todos os males que tem ocorrido no Pais nas últimas quatro décadas aos militares. 
Explicações plausíveis para os muitos males de que a Guiné-Bissau padece, 
poderão ser encontradas junto das lideranças políticas, no seu comportamento e cultura politica, no modelo Constitucional vigente, no sistema político-partidário importado da Europa e ensaiado em muitas regiões do mundo, etc.
Tenho mantido um dialogo frequente, franco e respeitoso com a Chefia Militar e acredito que ela esta comprometida na 
reorganização e modernização das FAs. 
Não tenho duvidas em relação a isto. Mas esta agenda deve ser gerida e liderada pelas 
autoridades nacionais e pela CEDEAO. 
A ONU não vai substituir aqueles que tem maior legitimidade e responsabilidade em área tao central para a paz, estabilidade e Estado de Direito na Guiné-Bissau.
Generosas consultorias foram financiadas, estudos e relatórios produzidos, propostas de legislação generosamente financiadas e copy-paste. Mas os militares continuam a viver em condições extremamente precárias, em verdadeira afronta a dignidade militar.
Não nos surpreendamos que façam golpes ou que os mancebos se envolvam em atividades menos honrosas como extorquir alguns miseráveis dinheiros ou cigarros em check-points improvisados.
Este fenômeno não e singular da Guiné-Bissau. Pelo mundo fora sabemos como agentes das forças de Defesa e Segurança, negligenciados pelos governantes, tornam-se eles próprios em delinquentes, envolvendo-se em todo o gênero de atividades ilícitas que vão desde o pequeno crime ao crime organizado.
Por isso, devemos passar dos estudos a ação, a implementação da tao falada reforma das Forcas Armadas, umas FAs como os Guineenses as desejam, equacionadas aos desafios, necessidades e possibilidades do Pais.
In Didinho
Abraços!

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