domingo, 28 de julho de 2013

“E NA FINDJI DUDU PA KA REMA”
O Jornal cabo-verdiano “A Semana” editou uma notícia, neste domingo (28 de Julho), com o título: “Agentes da PN sob ameaça de Tribunal Militar: “Cartada perigosa” de um “poder arbitrário”

É evidente que as análises destas questões resultam sempre enviesadas quando os preconceitos se apoderam das nossas almas. A situação entortou no ponto de partida. Justamente, no momento que as autoridades cabo-verdianas se posicionaram, declaradamente, contra o Estado da Guiné-Bissau. Para eles a Guiné deixou de ser um Estado, após o contragolpe de 12 de Abril de 2012. Ora, recordo-me que, Abraão, quando perguntava, repetidamente, a Deus se destruiria a cidade caso descobrisse que nela apenas existissem dez justos, Deus respondia-lhe sempre que não o faria… Mesmo, professando o agnosticismo, apraz-me perguntar-vos qual o alcance deste ensinamento para os humanos?

Sabemos que o líder do MpD, Ulisses Correia e Silva, em declarações à imprensa no final de um encontro com o presidente Cabo-verdiano, tocou num ponto crucial, ao dizer que "não há outro caminho senão a intensificação do diálogo político e diplomático com as autoridades guineenses para que os dois cidadãos cabo-verdianos possam regressar brevemente ao país". É claro que as autoridades legítimas tanto de Cabo Verde, como de Angola e de Portugal apenas poderão dialogar com o governo deposto de Carlos Gomes Júnior. E como este não está no poder, não haverá diálogo possível com o que eles chamam de “poder instituído em Bissau”. Diz o Jornal “A semana”: Cabo Verde terá sérias dificuldades em resolver o conflito que o opõe à Guiné-Bissau pela via judicial. O problema, segundo um ex-Procurador da República, é que o poder instituído em Bissau está a agir à margem da lei em relação aos dois agentes da PN detidos inicialmente por suspeita de espionagem e, sendo assim, o canal apropriado a ser usado é o político-diplomático”.

A opção Cabo-verdiana pela resolução do “conflito” por “canal político-diplomático”, não passa de uma clara tentativa de “trocar as voltas” ao “poder instituído em Bissau”. Senão – citando o mesmo jornal - vejamos: “Os dois policiais não passam neste momento de dois peões usados num perigoso jogo político. Ora, se Cabo Verde quer solucionar este caso depressa, como o Governo tem deixado entender, a via judicial não é a mais indicada, por ser demorada e estarmos perante uma força dominante que não respeita a sua própria lei. Passadas duas semanas sobre o incidente, o Ministério Público nem sequer conseguiu sustentar uma acusação contra eles e decidiu remeter o caso para o
Tribunal Militar”, E acrescenta: “(…) considera uma perda de tempo envolver, neste momento, o Tribunal da CEDEAO neste processo. No entanto, o Palácio da Várzea deveria suscitar a enérgica intervenção de certos organismos internacionais, como a União Africana, a CPLP, a ONU e a própria Comunidade Económica da África Ocidental, perante a clara intenção do Governo de Transição da Guiné-Bissau de levar o caso às últimas consequências”.

O mesmo jornal começou também com jogos baixos, esgrimindo argumentos de vitimização como: “Em qualquer país, esta acusação é grave. Repara que começaram a ser suspeitos de espionagem. Esta versão não colou, passaram a acusá-los de tráfico de droga. Depois disseram que, afinal, o crime eram falsas declarações; agora já são suspeitos de atentado à segurança do Estado da Guiné-Bissau. Isto tudo prova duas coisas: que Bissau anda às apalpadelas e que está empenhado em descarregar o seu ódio contra Cabo Verde sobre esses dois policiais”, etc., etc. E na desesperada tentativa de completar a mão sobre as falhas diplomáticas grosseiras, concluiu o jornal: “A missão dos policiais a Bissau já foi comprovada pelos Serviços de Emigração e Fronteiras, que disponibilizaram à sua congénere guineense os documentos sobre a condenação e o repatriamento da cidadã Enide Tavares para Guiné-Bissau, escoltada pelos dois policiais de segurança. Todos os comprovativos, inclusive os disponibilizados pela companhia Air Maroc indicando o número do assento atribuído no avião a Enide Tavares, foram repassados a Bissau. Mas, mesmo assim, as autoridades guineenses não parecem dar sinais de estar satisfeitas”.
Opiniões discordantes:

Banha da cobra: Sejamos sérios Kim-Zé Brito... Não duvido que a Guiné esteja a andar às apalpadelas neste caso, mas quem mais anda às apalpadelas neste caso é o nosso Governo. O Governo de Cabo Verde está a demonstrar uma falta de capacidade inadmissível. Verdadeiramente em Cabo Verde ninguém pode falar com propriedade o que terá mesmo acontecido. O Governo não se explica e os caboverdeanos entram em stress de facto. E pior, o governo agora vem dizer através da ministra do interior que a culpa desta situação toda é dos jornalistas que são preguiçosos, que estão a publicar inverdades facilmente prováveis. Logo a seguir o jornalista faz uma pergunta à ministra e a resposta dela é: "não convém que se divulgue". Que raio de ministra é esta? Acusa os jornalistas de não fazerem o seu trabalho, o jornalista faz o seu trabalho e ela responde que o governo não deve dar informação. este governo está a gozar connosco. Eles lá saberão o que terão prometido aos EUA a troco do MCA. Não me espanta nada que tenham utilizado estes coitados para espionar a Guiné. O Zé Mraia é capaz disso e de muito mais. Já o demonstrou.

Diplomata: Acho piada, um jornal do Paicv vir agora chamar de arbitrária e autoritária a prisão dos nossos dois cidadãos pelas autoridades da GB, quando essa prática foi repetidamente feita pelo Paicv até 1990 onde até simples "carrapatos" dos tribunais de zona podiam prender e julgar pessoas sem culpa formada só porque tinham opiniões diferentes das do Paicv. 

De todo, há uma evolução no aparato ideológico do Paicv, sendo igualmente certo que ainda hoje o regime de Cabo Verde continua a fazer igualzinho aos seus irmãos da GB. Por outro lado, acho este artigo um material de propaganda do regime tambarina, na mesma semana que o governo e a ministra Morais acusam os jornalistas de falar sem a autorização do Governo, surge Semana com um artigo ao formato dos gostos do seu dono. Ou seja, não há investigação, mas sim a corroboração dos pontos de vistas oficiais do Governo. 

O KZB finge investigar, mas acaba sendo o porta-voz do Governo. Os policiais foram presos porque Cabo Verde não se assegurou da segurança dos agentes, enviando para GB pessoas sem o mínimo de traquejo. Não se pode enviar dois agentes da Policia para GB sem assegurar que a sua segurança seria respeitada pela Polícia da GB. Eles poderiam ser raptados e mortos pela quadrilha da prisioneira porque CV não contactou oficialmente as autoridades da GB. Mas mais, ninguém pode entrar num país estrangeiro para entregar presos sem comunicar o país de origem. A prisioneira não um saco de batata. 

Deve ser entregue às autoridades da GB e os agentes de Cabo Verde estar sob a segurança da GB. Cabo Verde falhou, nosso governo é responsável e a GB tem motivos para acreditar no atual Governo de Cabo Verde. De resto muita gente na Africa Ocidental não acredita neste Governo.
Abraço!

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