sexta-feira, 19 de julho de 2013

“BO DUDU OH KÊ? …”

“Aos imberbes falaciosos na graça de comentaristas Cabo-verdianos é hora de dizer: BASTA.  Observamos os tons desrespeitosos que usam ao referirem-se a nós. Nós respeitamos quem nos respeita. Por isso, sentimo-nos no direito e na obrigação de não respeitar quem não nos respeita. Queremos apenas dizer-vos que não queremos o vosso apoio. Não necessitamos dele, não o buscamos, não o queremos. Nós temos nossos meios, nossos recursos, modestos, é verdade, mas nossos. Nos orgulhamos de não dever nada à Cabo-Verde. O apoio que queremos, que buscamos, porque necessitamos e que esperaríamos receber de V. Exas. era a de mobilizações pacíficas e civis em gesto de solidariedade fraterna com o nosso povo que está como sabeis sob as patas duma ditadura militar cruel e sanguinária. Se tinham competências técnicas e sabedoria para se libertarem das amaras do colonismo, não a demonstraram, tanto assim que não fosse o PAIGC nenhum outro PARTIDO DE CABO-VERDIANOS se agigantou para desfiar os colonos e garantir a conquista da autodeterminação e Independência de Cabo-Verde. Não caímos na armadilha de mentalidades racistas e xenófobas de alguns que pretendem promover o enfrentamento ainda que ideológico entre os dois povos. Vocês não são nossos inimigos nem nós o seremos para vocês. Nós não pretendemos conduzir outra luta que não seja aquela da nossa dignidade. Repugnamos com veemência os qualificativos pejorativos que nos são atribuídos por gente sem escrúpulo que promove a discórdia. A nossa liberdade, não nos foi dada. A nossa liberdade, a nossa independência, a nossa legitimidade como Povo e Nação foi conquistada com armas; nós a conseguimos com muitos anos de luta, sangue, suor e lágrimas; nós a conseguimos honrosamente debaixo de bombas Napalm que dizimaram aldeias, homens, mulheres e crianças. E consentimos esses sacrifícios também em nome duma luta comum para a liberdade do povo irmão de Cabo-Verde. Não somos produto duma implantação “artificial” do tipo branco e preto, temos base cultural e sociológica autêntica. Respeitamos todos os povos do mundo e não permitimos que se confunda o HUMILDE E TRABALHADOR povo Guiné-Bissau com os déspotas que se apoderaram das instituições da república. BASTA. Sigam o vosso caminho e nos deixem seguir o nosso. Não nos salvem nem nos resgatem. Qualquer que seja o nosso destino, queremos que seja nosso. Não se preocupem connosco”.

 


Mensagem de M. Tavares

Partindo de Cabo Verde.

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